domingo, 21 de setembro de 2008

desabafo


Gostava de poder voar... sabes, voar livremente...

Gostava de poder dar um apasso, um passo que fosse unicamente meu...

Gostava de poder amar, amar verdaderamente...

Gostava de poder chorar, lagrimas puras e cristalinas, em vez das gotas de agua sem significado que me poêm nos olhos...

Se eu apenasme pudesse libertar destas corretes...

Destas correnets que me prendem a um mundo na qual eu nao quero estar...

Se eu ao menos podesse ser eu, e nao aquilo que os outros qerem, veêm em mim...

Talvez fosse tudo diferente...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ajudem-me...


Só é preciso alguns segundos para magoar alguém e com isso abrir feridas profundas, mas são necessários muitos anos para curá-las. Quantos anos? Depende da profundidade da ferida? Como medidos, um ano por cada milímetro de profundidade da ferida? Isso seria assim se a ferida fosse visível, mas não é dessas feridas que se está a falar.
Aquelas feridas que estão por dentro, sabemos qual a sua dimensão? Diâmetro, profundidade, largura, seja o que for? Os outros não sabem, porque medem o tamanho das nossas feridas pela sua própria experiencia, tipo, eu já passei por algo parecido e superei mal ou bem, essa ferida passa rápido porque a minha é muito pior. E nós? Sabemos o tamanho das nossas feridas?
O tamanho das nossas feridas é um reflexo da nossa maneira de estar e ver o mundo, porque o que nos acontece parece mais traumático quando estamos numa fase da vida mais sensível, depende do que ficámos a perder ou a ganhar, o que tivemos que abdicar, se nos humilhou ou simplesmente nos entristeceu.
Mas se percebermos que temos uma ferida, que já é um grande passo, e tem alguma profundidade, mesmo não sabendo ao certo quanto, como podemos curá-la?
Se essa ferida foi feita por alguém, quanto tempo ou o que é preciso para curá-la? Um pedido de desculpas, vários pedidos de desculpas, imensos pedidos de desculpa? Que o outro sofra o que nós sofremos? Que simplesmente o tempo passe e isso pareça menos importante e a ferida acabe por fechar?
Será que basta deixar passar o tempo? Até pode ser, pelo menos a dor diminui, mas será que sempre que carregarem nesse sítio onde antes esteve uma ferida tão aberta a dor não voltará? E sempre que esse alguém se aproximar de nós não teremos receio de nos magoarmos de novo?
Como é que se consegue perdoar ou quando podemos esperar ser perdoados? Errar é humano, mas ficar magoado também, e nada se cura sem esforço. Será que o primeiro passo para perdoarmos alguém é percebermos que esse alguém teve noção de que fez mal ou do quanto fez sofrer? Será sempre preciso tempo, mas não é mais importante o que se passa nesse tempo que ditará ou não o perdão?
"Importante é o que fazemos do que fizeram de nós." Mas será que um dia conseguimos fechar as feridas, seguir em frente, sem rancor, sem dor, sem por alguns momentos nos vir à memória o que passamos e parece que a ferida volta a abrir-se? Será que um dia nos lembraremos desses momentos sem dor, e conseguiremos perdoar os envolvidos? Mesmo já tendo feito grande coisa de nós com o que fizeram conosco?

perdoo-me

Perdoo-me pelas horas de espera, de noite, de dia, perdoo-me pelos telefonemas que nunca fizeram, pelas verdades que disseram tarde demais ou sem pensarem antes de falar. Perdoo-me por não terem gostado o suficiente, por não terem respeitado, por terem passado por cima. Perdoo-me pelas frases feitas, pelas conversas forçadas, pelas horas perdidas.
Perdoo-me por não se terem lembrado, por me terem usado, por não me terem avisado. Perdoo-me pelas horas que falaram e só ouvi, por nunca quererem saber, por julgarem pelo que vivi. Perdoo-me pela vergonha, por não me mostrarem, por não chegarem…
Perdoo-me por tudo o que chorei, pelas noites que fiquei sem dormir, pelas refeições que não comi. Perdoo-me por ter chorado ao telefone e nunca terem notado, por terem sentido e me terem abandonado.
Perdoo-me por me terem deixado marcas que ainda hoje tento curar, pelas pessoas que pelo caminho magoei. Perdoo-me por ter vivido só para cada um, sentido só por voces e ter deixado de lado eu propria. Perdoo-me pelo que mudaram, pelo o que disseram, por tudo o que fizeram.
Perdoo-me por conseguirem dormir de noite, por terem seguido sem olhar para trás, por não terem respeitado e não me terem deixado em paz. Perdoo-me por acharem que podem fazer o que querem, quando querem a quem querem.
Perdoo-me pela pessoa arrogante e sem sentimentos que ajudei a criar. Perdoo-me por ninguém saber, nem perceber tudo o quer se passou. Perdoo-me por aqueles que não sabem, não viram, nem querem saber.
Perdoo-me pelas decisões que tomei por voces, pelo que me sujeitei, por tudo o que me tornei. Perdoo-me pelo medo que me fizeram ter, por ainda hoje tremer quando penso no que passei. Perdoo-me pelas vezes que fui ter onde não devia, pelas palavras brutas e sem pensar.
Perdoo-me pelos sonhos que tive, que me criaram, que me iludiram e nunca souberam admitir. Perdoo-me por ainda não conseguir ver o amor com os mesmos olhos, sem medo, sem desconfiança, sem esperar mentiras.
Perdoo-me pelo que faço os outros passar por achar que todos serão como voces. Perdoo-me porque ainda não me consigo entregar do mesmo modo, perdoo-me por me fazerem pensar que mereço pouco e posso me contentar com pouco.
Perdoo-me a mim, mas se calhar um dia perdoo-me a voces e voces perceberao o que fizeram e sobre tudo o que perderam...

a cura



Qual foi a cura? Pisar relva, muitas vezes ao dia, durante algum tempo. Pensar em tudo e ao mesmo tempo não pensar em mais nada. Dormir muito e dormir pouco. A cura está nas árvores, no ladrar e na espera.
Curar por avançar e curar por recuar. Sentir e ignorar. Paz, mas ao mesmo tempo barulho, movimentação, uma música animada no ouvido e silêncio, muito silêncio. Chegar perto e ficar muito longe. Gritar e ficar calada, falar o que era preciso e deixar muita coisa por dizer. Aceitar a vida como ela é e ao mesmo tempo contrariar tudo o que leva ao desvio de um percurso. Sentar e levantar e começar a caminhar.
Olhar para dentro, para fora, de dentro para fora e de fora para dentro. Olhar em volta, para perto e para longe.
Sonhos e pesadelos que continuam a existir mas que parámos de acreditar e alimentar. Adquirir o novo de dar valor ao antigo. Mudar e voltar ao que era. Perceber que algo simplesmente se desligou, adormeceu, falhou, mas que mais cedo ou mais tarde liga, acorda e volta a trabalhar.
A cura, essa está em tudo, em todos, e principalmente em nós quando menos esperamos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

amor e paixao


Acredita, não é fácil diferenciar, mas amor e paixão são tão intimamente antagônicos entre si quanto semelhantes na aparência. Apaixonar é sentir no ar a presença de uma ausência, e por ela clamar incondicionalmente. Amar é sentir no ar a mesma presença de uma ausência, mas ter a certeza de que nem o tempo e nem o espaço poderão impedir que a primeira se manifeste em lugar da segunda no tempo e momento certos. Paixão é a lágrima que queima na face, pela ausência da parte que te completa. Amor é a mesma lágrima que o rosto marca, mas pela alegria da certeza de que em algum lugar o outro vibra em vida. Paixão é perder as esperanças quando as aparências falam mais alto. Amor é o máximo de esperança quando se tem o mínimo de possibilidades. Paixão é ter que dizer adeus quando se quer dizer "é muito cedo" Amor é jamais dizer adeus, pois a certeza da permuta continua pelos espíritos. Paixão é ter que dizer "esqueci-te" quando se permite que o outro se torne o maior motivo para que vivamos. Amor é fazer com que o outro viva verdadeiramente connosco, ainda que distante. Paixão é desejar o oceano, pra se embriagar de satisfação mútua. Amor é satisfazer-se mutuamente, ainda que com uma pequena gota. Paixão é desejar o céu, para que ele seja testemunha do próximo acto. Amor é contentar-se apenas com uma estrela que justifique a razão do encontro. Paixão é como ter todas as pessoas do mundo e querer apenas uma. Amor é fazer de todas as pessoas do mundo, motivos para chegar até aquela que ainda não pode estar connosco. Paixão é passageira. Amor é duradouro. Paixão alimenta sensações. Amor alimenta vibrações.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

magoar-me






Ás vezes pergunto-me quem é que me magoa mais... se és tu, se sou eu...
sou eu, por achar que a culpa é tua... quando pensando bem na realidade é somente minha...

vem cá

http://www.youtube.com/watch?v=kJNhvxhw80E

(Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando... não estas...)
Eu não consigo perceber por favor diz me a mim;
Mudaste tanto desde o dia em que eu te conheci;
Parece fácil esquecer mas só eu sei a dor;
Sinto falta do teu abraço, desse teu calor;
Custa me muito continuar sem pedir;
Um beijo de bom dia e a vontade de sorrir;
Sair p'ra rua e gritar que só te amo a ti;
Ver-te na minha cama toda nua e sentir;
Falar bem baixo no teu ouvido sem te acordar;
Dizer-te que és tudo que nunca te vou deixar;
Fazer as juras de sangue, saliva ou suor;
Contar te a minha vida e entregar te o meu amor;
Eu juro não, juro não, eu juro não te vou deixar...
Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando não estás (quando não estás).
Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando não estás (quando não estás).
Será que vai ser tão difícil ter o teu olhar;
Despir a tua voz e conseguir fazer te amar;
Pois o amor não tem sentido, não tem explicação;
Eu e tu sempre fomos um, não entendo esta divisão;
Não posso ser, não posso acreditar estiveste aqui;
Não sei se foste por azar ou se tava escrito assim;
Não sei se é normal olhar p'ra trás, pensar que
estás;
Não sei se é banal, mas juro não te vou deixar;
Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando não estás (quando não estás).
Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando não estás (quando não estás).
Vem cá dá-me o teu mundo outra vez,
lembra te daquilo que eu te dou e tu não vez,
Quando... (quando...) quando não estás...

domingo, 7 de setembro de 2008

Mamma Mia !

fui ver o mamma mia e adorei... Acho que quem nao for assistir a este musical nao sabe o que perde... vale mesmo a pena...
aqui fica um bichinho...
http://www.thesingingstage.com/2008/06/mamma-mia-movie-soundtrack-sampler.html

indiferença


Ao mesmo tempo em que se quer, larga.

Ao mesmo tempo em que se deseja, dissipa.

Ao mesmo tempo em que se cuida, despreza.

Ao mesmo tempo em que se conversa, cala.

Ao mesmo tempo em que se abre, fecha.

Ao mesmo tempo em que se vai, volta.

Ao mesmo tempo em que se dá um passo à frente, dá outro atrás.

Ao mesmo tempo em que se grita, cala.

Ao mesmo tempo em que se corre, para.

Ao mesmo tempo em que se acelera, freia.

Ao mesmo tempo em que se anseia, cessa.

Ao mesmo tempo em que se constrói, quebra.

Ao mesmo tempo em que se sente saudade, apaga.

Ao mesmo tempo em que se pensa, desaparece.

Ao mesmo tempo em que se ilumina, escurece.

Ao mesmo tempo em que se cresce, retrocede.

Ao mesmo tempo em que se bebe, tem sede.

Ao mesmo tempo em que se embriaga, lucida.

Ao mesmo tempo em que se sonha, acorda.

Ao mesmo tempo em que se admira, tranca.

Ao mesmo tempo em que se exige, é cobrado.

Ao mesmo tempo em que se dorme, desperta.

Ao mesmo tempo em que se perde, acha.

Ao mesmo tempo em que se busca, perde.

Ao mesmo tempo em que se tenta entender, complica.

Ao mesmo tempo em que se insere, retira.

Ao mesmo tempo em que se acredita, desconfia.

Ao mesmo tempo em que se diz verdade, mente.

Ao mesmo tempo em que se sabe, desaprende.

Ao mesmo tempo em que se louva, vitupera.

Ao mesmo tempo em que se decifra, escurece.

Ao mesmo tempo em que se ama, odeia.

Ao mesmo tempo em que nasce, morre.

sábado, 6 de setembro de 2008

talvez assim ja percebam...


Os telefonemas não são teus.

Os telefonemas não são meus.

Os telefonemas são dos outros.

Os outros não são teus.

Os outros não são meus.

Os outros são dos outros.

O desejo.

O medo.

O engano.

Estes são teus.

A indiferença.

A ansiedade.

A impaciência.

Estes são meus.

A companhia.

A cama.

O amor.

Estes são dos outros.

Viver tem se tornado perigoso.

Sinto-me assaltada todo o tempo.

Levam pedaços de minha alma, apetrechos do meu corpo e tesouros de meu coração.

Sou indefesa.

Estou indefesa.

Acho que aceitei perder.

Por outro lado, estou me aprimorando nos jogos.

As ventanias passaram e fizeram alvoroços, mas as tempestades existem e elas não são minhas: são dos outros.

Por mais que eu não me importe, de alguma forma, no fundo profundo das profundezas, cá estou, querendo achar soluções, razões e emoções.

Querendo resolver equações, confusões, pontuações.

Querendo acentuar, exclamar, crasear.

Querendo enrredar, verbalizar, encenar.

Querendo – Querendo – Querendo.

Agora, eu não quero mais nada.

Se tudo na vida é uma questão de escolha e somos exclusivamente responsáveis por elas, eu me reduzirei à minha insignificância e aguardarei pacientemente a hora de ser novamente a escolhida.