quinta-feira, 18 de setembro de 2008

a cura



Qual foi a cura? Pisar relva, muitas vezes ao dia, durante algum tempo. Pensar em tudo e ao mesmo tempo não pensar em mais nada. Dormir muito e dormir pouco. A cura está nas árvores, no ladrar e na espera.
Curar por avançar e curar por recuar. Sentir e ignorar. Paz, mas ao mesmo tempo barulho, movimentação, uma música animada no ouvido e silêncio, muito silêncio. Chegar perto e ficar muito longe. Gritar e ficar calada, falar o que era preciso e deixar muita coisa por dizer. Aceitar a vida como ela é e ao mesmo tempo contrariar tudo o que leva ao desvio de um percurso. Sentar e levantar e começar a caminhar.
Olhar para dentro, para fora, de dentro para fora e de fora para dentro. Olhar em volta, para perto e para longe.
Sonhos e pesadelos que continuam a existir mas que parámos de acreditar e alimentar. Adquirir o novo de dar valor ao antigo. Mudar e voltar ao que era. Perceber que algo simplesmente se desligou, adormeceu, falhou, mas que mais cedo ou mais tarde liga, acorda e volta a trabalhar.
A cura, essa está em tudo, em todos, e principalmente em nós quando menos esperamos.

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