sábado, 6 de setembro de 2008

talvez assim ja percebam...


Os telefonemas não são teus.

Os telefonemas não são meus.

Os telefonemas são dos outros.

Os outros não são teus.

Os outros não são meus.

Os outros são dos outros.

O desejo.

O medo.

O engano.

Estes são teus.

A indiferença.

A ansiedade.

A impaciência.

Estes são meus.

A companhia.

A cama.

O amor.

Estes são dos outros.

Viver tem se tornado perigoso.

Sinto-me assaltada todo o tempo.

Levam pedaços de minha alma, apetrechos do meu corpo e tesouros de meu coração.

Sou indefesa.

Estou indefesa.

Acho que aceitei perder.

Por outro lado, estou me aprimorando nos jogos.

As ventanias passaram e fizeram alvoroços, mas as tempestades existem e elas não são minhas: são dos outros.

Por mais que eu não me importe, de alguma forma, no fundo profundo das profundezas, cá estou, querendo achar soluções, razões e emoções.

Querendo resolver equações, confusões, pontuações.

Querendo acentuar, exclamar, crasear.

Querendo enrredar, verbalizar, encenar.

Querendo – Querendo – Querendo.

Agora, eu não quero mais nada.

Se tudo na vida é uma questão de escolha e somos exclusivamente responsáveis por elas, eu me reduzirei à minha insignificância e aguardarei pacientemente a hora de ser novamente a escolhida.

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